quinta-feira, 26 de março de 2015

Futebol com audiências brutais na internet





Os portugueses são loucos por futebol. São, provavelmente, o único povo do mundo que consegue manter nas bancas três jornais diários nacionais dedicados à modalidade. E com uma circulação de cerca de 100 mil exemplares!

Todos os fins-de-semana, apesar da crise, entre 70 e 130 mil pessoas vão aos estádios vibrar com os jogos da 1ª Liga. Muitos outros ficam em casa ou dão um salto ao café para seguir as partidas através da televisão.

Esta loucura pela bola leva a que no top 20 dos programas mais vistos de 2014 tenham ficado outros tantos jogos de futebol. As partidas envolvendo equipas portuguesas nas ligas europeias são dos conteúdos televisivos mais populares, pois garantem audiências que podem ultrapassar os 3 milhões de espectadores, como foi o caso da final da Liga Europa, que opôs o Benfica ao Sevilha e foi transmitido pela SIC.

Um número que pode subir um pouco, caso em campo esteja a selecção portuguesa, numa fase avançada de uma competição internacional, como o Mundial. Por exemplo, a partida contra os Estados Unidos ocupou mesmo o primeiro lugar desta lista.

A compra dos direitos de transmissão de jogos de uma competição internacional, no caso, a Liga dos Campeões, esteve, aliás, na origem da queda da anterior administração da RTP, presidida por Alberto da Ponte. Em causa estava uma verba muito elevada, na ordem dos 15 milhões de euros, que levantou grande polémica, com muitos críticos (e responsáveis governamentais) a defenderem que não compete à televisão pública, paga com o dinheiro de todos nós, andar a gastar uma autêntica fortuna para transmitir jogos de futebol. Uma acusação rebatida por Alberto da Ponte que garantia que o negócio até daria lucro à RTP. Alberto da Ponte acabou por sair, mas os jogos da polémica vão, na mesma, poder ser vistos na RTP.

A febre do futebol, naturalmente que se estende à internet, registando os sites que se dedicam ao assunto números brutais de visitas e page views.
A vedeta maior é o do jornal A Bola, que, obteve, em 2014, de acordo com os dados da Netscope, uma média mensal de mais de 38 milhões de visitas e 281 milhões de visualizações. Este site ocupou, de resto, ao longo do ano, o 2º lugar da lista, apenas atrás do portal Sapo.

Também a versão digital do jornal Record não se pode queixar de falta de interesse por parte dos internautas. Teve, em média, cerca de 22 milhões de visitantes mensais e 134 milhões de page views.

O site do Jogo contabilizou 8,8 milhões de visitas e 32 milhões de page views.
Se acrescentarmos a estes os dados dos sites Mais Futebol, Sapo Desporto e Relvado atingimos um total mensal de 79 milhões de vistas/mês e 490 milhões de page views. E de fora da contabilidade ficam, naturalmente, vários outros sites temáticos e as secções de desporto de sites generalistas.


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domingo, 22 de março de 2015

Internet dá quase 4 milhões de euros ao grupo Impresa





Os sites do grupo Impresa (proprietária de órgãos de comunicação como, entre outros, a SIC e o Expresso) renderam cerca de 3,8 milhões de euros em 2014. Uma parte dessa verba (771 mil euros) resultou de subscrições, ou seja, é dinheiro que as pessoas pagam para ter acesso a determinados conteúdos. 
Trata-se da adaptação ao meio digital do tradicional sistema de venda por assinatura de jornais e revistas de papel, cujas receitas têm vindo a cair ao longo dos últimos anos.
Segundo o último relatório e contas da empresa, na vertente digital a tendência tem sido contrária, ou seja, há cada vez mais pessoas a pagarem para acederem a conteúdos pagos na internet. Eram, no final do ano, mais de 24 mil, um crescimento de 42,8% em relação a 2013. O número de subscritores digitais já representa 20,5% do total de subscritores dos órgãos de comunicação da Impresa.

Uma das apostas mais fortes do grupo, a este nível, foi o lançamento do Expresso Diário, um jornal exclusivamente digital. A ele têm acesso os leitores da edição em papel do Expresso, através da utilização de um código disponibilizado na capa da revista, e os que subscrevam apenas a edição digital. Neste caso, pagam 4,90 euros no primeiro mês, após o que a assinatura passa para 9,9 euros mensais.
De acordo com o relatório anual da Impresa, no final do ano passado, o Expresso Diário tinha cerca de 17 mil subscritores.

Esta estratégia de apostar no serviço de subscrição, que se alarga a outros órgãos do grupo, como, por exemplo, a Visão, não teve reflexos negativos no número de visitantes e de page-views dos sites da Impresa, até porque quem não queira pagar continua a ter acesso a alguns conteúdos gratuitos.
Ao longo do ano, o tráfego dos sites da Impresa cresceu 7,1%. Em 2014, houve a remodelação dos sites da SIC e da SIC Notícias, tendo, neste último caso, daí resultado um acréscimo de 31% de visitantes únicos.
Visitantes que, cada vez mais, usam os smartphones e tablets para acederem aos sites, tendo chegado aos 25% do total, o dobro da percentagem registada em 2013.

Apesar do aumento da receita proveniente da net, ela ainda é bastante diminuta em relação à facturação total. Representa apenas 1,6% da verba obtida ao longo do ano passado.



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sexta-feira, 20 de março de 2015

Impresa, Media Capital e Cofina com aumento de 19 milhões em publicidade





As três principais empresas de comunicação social portuguesas facturaram 272 milhões de euros em publicidade em 2014, um aumento de praticamente 19 milhões (+7,4%) em comparação com o ano anterior. Este dado resulta da análise dos relatórios e contas de 2014 divulgados nos últimos dias pela Media Capital, Impresa e Cofina.

Essencialmente devido a este acréscimo, as três empresas viram os seus lucros passarem de cerca de 25 para mais de 33 milhões de euros, um acréscimo de 8,6 milhões (+34,8%).
Mas nem tudo foram rosas durante 2014. Apesar do aumento da publicidade, as receitas totais acabaram por ser inferiores às de 2013, tendo descido de 526,6 para 523,7 milhões (-0,6%).

No caso das televisões (SIC e TVI), isso ficou a dever-se, em boa medida, a um acordo que fez baixar as receitas provenientes das chamadas de valor acrescentado.
No que diz respeito às duas empresas que têm jornais e revistas (Cofina e Impresa), outra das razões para a quebra de receitas é o contínuo decréscimo das vendas em banca, uma situação que vem a agravar-se há longos anos.

Como as receitas são menores, o aumento dos lucros acabou por ser consequência da diminuição das despesas operacionais que foram na ordem dos 7,5 milhões de euros, passando de 450,5, em 2013, para praticamente 443 milhões, no ano passado. Mais de metade dessa poupança foi suportada pelos trabalhadores, uma vez que as despesas com o pessoal caíram cerca de 4 milhões de euros. A empresa que mais cortou a este nível (5 milhões) foi a Media Capital, enquanto que na Cofina a diminuição foi marginal (menos de um 1 milhão) e na Imprensa os custos com o pessoal até aumentaram mais de um milhão de euros.

A análise destes dados indica que o sector da comunicação social continua a viver dias difíceis. Mesmo o aumento das receitas de publicidade não é tranquilizador, uma vez que pode não se tratar de uma tendência sólida, mas ficar a dever-se ao acréscimo de investimento relacionado com o Mundial de Futebol, um evento que, como se sabe, apenas acontece de 4 em 4 anos.

As perspectivas de alguma recuperação económica no país abrem um optimismo moderado para 2015, mas é preciso colocar no outro prato da balança os efeitos negativos que resultam da falência do Banco Espírito Santo e das consequências que isso teve para a Portugal Telecom, duas das empresas portuguesas que mais investiam em publicidade.




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quinta-feira, 19 de março de 2015

Impresa tem 11 milhões de lucros



A Impresa conseguiu um lucro de 11 milhões de euros em 2014, o que representa um acréscimo de quase 67% relativamente a 2013. Desde 2007 que a dona da SIC e do Expresso não tinha resultados tão positivos. As receitas totais ascenderam a 237,8 milhões de euros (+ 0,3%), enquanto que os custos diminuíram 0,5% para 205,8%. A empresa baixou a sua dívida bancária para 176,4 milhões (-6,3%).

Estes bons resultados ficam a dever-se essencialmente à boa prestação financeira da televisão, onde conseguiu um aumento de receitas de 177,6 milhões, mais 4 milhões do que no ano anterior, um acréscimo de 2,3%. Facturou mais 6 milhões em publicidade (+7,2%) e 700 mil em subscrições dos canais pagos. No negativo ficou apenas a rúbrica “Outros” (-3 milhões de euros em relação a 2013), o que teve a ver com o acordo de regulação relativo às chamadas de valor acrescentado, que têm funcionado como um autêntico euromilhões para as televisões. Ainda assim, esta rúbrica registou 37,8 milhões de euros.

A vertente dos jornais e revistas é que não teve uma evolução positiva. A publicidade caiu 3% (de 27,9 para 27,1 milhões), a circulação (vendas) quase 6% (passou de 27,3 para 25,7 milhões), enquanto que as restantes receitas apenas totalizaram 5,9 milhões, quando somaram 7,8 no ano anterior. No total, os jornais e revistas renderam 58,7 milhões, uma quebra de 6,9%.

A tendência negativa no papel nos últimos anos levou a que a empresa tenha vindo a tentar alternativas no digital, uma aposta que, segundo o relatório e contas de 2014, começa a dar bons resultados. A facturação aumentou 42,8% e vale agora 3,7% das receitas de circulação totais.


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segunda-feira, 2 de março de 2015

Dona do Correio da Manhã aumenta os lucros


A Cofina - empresa proprietária de jornais como o Correio da Manhã e o Record, entre outros - aumentou as receitas de publicidade e os lucros em 2014. 

A publicidade passou de 34,8 para 36,7 milhões de euros, o que significa um crescimento de 5,4%. Um bom resultado que, no entanto, ficou essencialmente a dever-se ao acréscimo registado no Verão, devido ao Mundial de Futebol, conforme se pode ler na informação enviada pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

Os lucros passaram de 4,6 milhões, em 2013, para quase 6,2 em 2014, o que representa um crescimento de 31,9%.


Mas nem tudo foi positivo, uma vez que as receitas provenientes da circulação (vendas) caiu 3,8%, o que significa que continua a tendência de quebra de vendas de jornais e revistas que se verifica já há vários anos.

A Cofina continua a não discriminar os resultados financeiros da sua televisão, a CMTV, lançada há quase dois anos. O grupo opta por englobar as suas receitas e despesas na contabilidade relativa ao sub-sector dos jornais. Apenas refere, nesta comunicação, que a televisão "teve um impacto negativo inferior a 1 milhão de euros".

Este é o segundo grupo de comunicação social a divulgar publicamente os seus resultados de 2014, depois da Media Capital ter, há dias, apresentado aumentos de 11% na publicidade e de 20% nos lucros


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