quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Televisão continua a mandar no negócio da publicidade



Não é só em Portugal que os jornais e revistas atravessam uma crise sem fim à vista, com contínua perda de leitores e de publicidade. Este é um cenário global. De ano para ano aumentam as dificuldades da imprensa escrita, que tem sido o meio de comunicação mais afectado pela crise económica e pela ascensão das novas tecnologias.
Só para se ter uma ideia da queda brutal que tem tido, nos Estados Unidos, por exemplo, a facturação publicitária da imprensa baixou de 63,5 mil milhões de dólares em 2000 para 23 mil milhões em 2013 e voltou aos níveis de... 1950.
Com maior ou menor dimensão, esta é uma tendência que se repete em muitos outros países.
De acordo com o relatório “Digital Media Trendbook”, citando dados da Zenith Optimedia, a nível mundial, a fatia do bolo publicitário que, em 2013, cabia a jornais e revistas era de 24,8%, prevendo-se que ela baixe para 20,1% em 2016.

Apesar dos seus melhores tempos, a este nível, também já terem ficado pelo caminho, a televisão tem-se aguentado melhor. Continua a ser o meio de comunicação que ainda obtém o maior volume de investimento publicitário, uma situação que deverá manter-se nos tempos mais próximos. Prevê-se que em 2016 tenha uma queda muito ligeira, de menos de um ponto percentual, em comparação com 2013, passando de 40,1% para 39,2%.

A rádio continuará em queda, prevendo-se que a sua quota de mercado baixe de 6,9% para 6,3%. O outdoor mantém-se estável (7% para 6,8%), o mesmo acontecendo com o cinema (0,5% para 0,6%).

Internet em crescimento acelerado

A crescer está a internet que, segundo este estudo, deverá passar de 20,8% para 27,1%. Uma tendência de subida que é para continuar nos anos seguintes, devendo atingir em 2018 o volume de publicidade da televisão.
A maior contribuição vai ser dada pelos dispositivos móveis, em especial, os smartphones e tablets que se prevê venham a passar de uma quota de mercado de 2,7% em 2013 para 7,6% em 2016.
Uma tendência, no essencial, confirmada por dados de um estudo relativo ao mercado norte-americano, levado a cabo pela PricewaterhouseCoopers (PwC) para o Interactive Advertising Bureau (IAB). Até Setembro do ano passado, o volume de publicidade investido no online naquele país aumentou 15%. Relativamente ao primeiro semestre do ano, verifica-se que a fatia dos dispositivos móveis registou um acréscimo de 76%.

Este ano a previsão da consultora Magna Global é que, a nível mundial, o investimento publicitário no digital aumente cerca de 15% e atinja 163 milhões de dólares, o que significará uma parcela de 30% de todo o bolo publicitária (Magna Global).

São boas notícias para quem está ou quer avançar com um projecto na net sustentado na publicidade. Só que atreladas às boas vêm as más notícias. Também na internet se verifica o fenómeno da concentração, com as empresas mais poderosas a ficarem com a parte de leão das receitas. A eMarketer estima que só o Google, o Facebook e o Yahoo fiquem com quase 62% de todas as receitas publicitárias nos EUA, um cenário que não deve ser muito diferente do que se vive a nível geral. O estudo da PwC indica que mercado norte-americano as 10 maiores empresas do sector comam 71% do bolo publicitário.


Texto relacionado:

Sem comentários:

Enviar um comentário