Não é só em Portugal que os jornais e revistas atravessam uma crise sem fim à vista, com contínua perda de leitores e de publicidade. Este é um cenário global. De ano para ano aumentam as dificuldades da imprensa escrita, que tem sido o meio de comunicação mais afectado pela crise económica e pela ascensão das novas tecnologias.
Só para se ter uma ideia da queda
brutal que tem tido, nos Estados Unidos, por exemplo, a facturação publicitária
da imprensa baixou de 63,5 mil milhões de dólares em 2000 para 23 mil milhões
em 2013 e voltou aos níveis de... 1950.
Com maior ou menor dimensão, esta é uma
tendência que se repete em muitos outros países.
De acordo com o relatório “Digital
Media Trendbook”, citando dados da Zenith Optimedia, a nível mundial, a fatia
do bolo publicitário que, em 2013, cabia a jornais e revistas era de 24,8%,
prevendo-se que ela baixe para 20,1% em 2016.
Apesar dos seus melhores tempos, a este
nível, também já terem ficado pelo caminho, a televisão tem-se aguentado
melhor. Continua a ser o meio de comunicação que ainda obtém o maior volume de
investimento publicitário, uma situação que deverá manter-se nos tempos mais
próximos. Prevê-se que em 2016 tenha uma queda muito ligeira, de menos de um
ponto percentual, em comparação com 2013, passando de 40,1% para 39,2%.
A rádio continuará em queda,
prevendo-se que a sua quota de mercado baixe de 6,9% para 6,3%. O outdoor mantém-se
estável (7% para 6,8%), o mesmo acontecendo com o cinema (0,5% para 0,6%).
Internet em crescimento acelerado
A crescer está a internet que, segundo
este estudo, deverá passar de 20,8% para 27,1%. Uma tendência de subida que é
para continuar nos anos seguintes, devendo atingir em 2018 o volume de
publicidade da televisão.
A maior contribuição vai ser dada pelos
dispositivos móveis, em especial, os smartphones e tablets que se prevê venham
a passar de uma quota de mercado de 2,7% em 2013 para 7,6% em 2016.
Uma tendência, no essencial, confirmada
por dados de um estudo relativo ao mercado norte-americano, levado a cabo pela PricewaterhouseCoopers (PwC) para o
Interactive Advertising Bureau (IAB). Até Setembro do ano passado, o volume de
publicidade investido no online naquele país aumentou 15%. Relativamente ao
primeiro semestre do ano, verifica-se que a fatia dos dispositivos móveis
registou um acréscimo de 76%.
Este ano a previsão da consultora Magna
Global é que, a nível mundial, o investimento publicitário no digital aumente
cerca de 15% e atinja 163 milhões de dólares, o que significará uma parcela de
30% de todo o bolo publicitária (Magna Global).
São boas notícias para quem está ou
quer avançar com um projecto na net sustentado na publicidade. Só que atreladas
às boas vêm as más notícias. Também na internet se verifica o fenómeno da
concentração, com as empresas mais poderosas a ficarem com a parte de leão das
receitas. A eMarketer estima que só o Google, o Facebook e o Yahoo fiquem com
quase 62% de todas as receitas publicitárias nos EUA, um cenário que não deve
ser muito diferente do que se vive a nível geral. O estudo da PwC indica que
mercado norte-americano as 10 maiores empresas do sector comam 71% do bolo
publicitário.
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