As três principais empresas
de comunicação social portuguesas facturaram 272 milhões de euros em
publicidade em 2014, um aumento de praticamente 19 milhões (+7,4%) em
comparação com o ano anterior. Este dado resulta da análise dos relatórios e
contas de 2014 divulgados nos últimos dias pela Media Capital, Impresa e
Cofina.
Essencialmente devido a este
acréscimo, as três empresas viram os seus lucros passarem de cerca de 25 para
mais de 33 milhões de euros, um acréscimo de 8,6 milhões (+34,8%).
Mas nem tudo foram rosas
durante 2014. Apesar do aumento da publicidade, as receitas totais acabaram por
ser inferiores às de 2013, tendo descido de 526,6 para 523,7 milhões (-0,6%).
No caso das televisões (SIC e
TVI), isso ficou a dever-se, em boa medida, a um acordo que fez baixar as
receitas provenientes das chamadas de valor acrescentado.
No que diz respeito às duas
empresas que têm jornais e revistas (Cofina e Impresa), outra das razões para a
quebra de receitas é o contínuo decréscimo das vendas em banca, uma situação
que vem a agravar-se há longos anos.
Como as receitas são menores,
o aumento dos lucros acabou por ser consequência da diminuição das despesas
operacionais que foram na ordem dos 7,5 milhões de euros, passando de 450,5, em
2013, para praticamente 443 milhões, no ano passado. Mais de metade dessa
poupança foi suportada pelos trabalhadores, uma vez que as despesas com o
pessoal caíram cerca de 4 milhões de euros. A empresa que mais cortou a este
nível (5 milhões) foi a Media Capital, enquanto que na Cofina a diminuição foi
marginal (menos de um 1 milhão) e na Imprensa os custos com o pessoal até
aumentaram mais de um milhão de euros.
A análise destes dados indica
que o sector da comunicação social continua a viver dias difíceis. Mesmo o
aumento das receitas de publicidade não é tranquilizador, uma vez que pode não
se tratar de uma tendência sólida, mas ficar a dever-se ao acréscimo de
investimento relacionado com o Mundial de Futebol, um evento que, como se sabe,
apenas acontece de 4 em 4 anos.
As perspectivas de alguma
recuperação económica no país abrem um optimismo moderado para 2015, mas é
preciso colocar no outro prato da balança os efeitos negativos que resultam da
falência do Banco Espírito Santo e das consequências que isso teve para a
Portugal Telecom, duas das empresas portuguesas que mais investiam em
publicidade.
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