sexta-feira, 20 de março de 2015

Impresa, Media Capital e Cofina com aumento de 19 milhões em publicidade





As três principais empresas de comunicação social portuguesas facturaram 272 milhões de euros em publicidade em 2014, um aumento de praticamente 19 milhões (+7,4%) em comparação com o ano anterior. Este dado resulta da análise dos relatórios e contas de 2014 divulgados nos últimos dias pela Media Capital, Impresa e Cofina.

Essencialmente devido a este acréscimo, as três empresas viram os seus lucros passarem de cerca de 25 para mais de 33 milhões de euros, um acréscimo de 8,6 milhões (+34,8%).
Mas nem tudo foram rosas durante 2014. Apesar do aumento da publicidade, as receitas totais acabaram por ser inferiores às de 2013, tendo descido de 526,6 para 523,7 milhões (-0,6%).

No caso das televisões (SIC e TVI), isso ficou a dever-se, em boa medida, a um acordo que fez baixar as receitas provenientes das chamadas de valor acrescentado.
No que diz respeito às duas empresas que têm jornais e revistas (Cofina e Impresa), outra das razões para a quebra de receitas é o contínuo decréscimo das vendas em banca, uma situação que vem a agravar-se há longos anos.

Como as receitas são menores, o aumento dos lucros acabou por ser consequência da diminuição das despesas operacionais que foram na ordem dos 7,5 milhões de euros, passando de 450,5, em 2013, para praticamente 443 milhões, no ano passado. Mais de metade dessa poupança foi suportada pelos trabalhadores, uma vez que as despesas com o pessoal caíram cerca de 4 milhões de euros. A empresa que mais cortou a este nível (5 milhões) foi a Media Capital, enquanto que na Cofina a diminuição foi marginal (menos de um 1 milhão) e na Imprensa os custos com o pessoal até aumentaram mais de um milhão de euros.

A análise destes dados indica que o sector da comunicação social continua a viver dias difíceis. Mesmo o aumento das receitas de publicidade não é tranquilizador, uma vez que pode não se tratar de uma tendência sólida, mas ficar a dever-se ao acréscimo de investimento relacionado com o Mundial de Futebol, um evento que, como se sabe, apenas acontece de 4 em 4 anos.

As perspectivas de alguma recuperação económica no país abrem um optimismo moderado para 2015, mas é preciso colocar no outro prato da balança os efeitos negativos que resultam da falência do Banco Espírito Santo e das consequências que isso teve para a Portugal Telecom, duas das empresas portuguesas que mais investiam em publicidade.




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